No exercício da medicina, os profissionais de saúde estão constantemente expostos a situações desafiadoras que, por mais que sigam todos os protocolos, podem resultar em desfechos inesperados.
É comum que a sociedade relacione complicações médicas diretamente a um erro médico, mas essa conexão nem sempre é correta ou justa. Nem toda consequência inesperada durante um tratamento ou procedimento cirúrgico configura, necessariamente, uma falha profissional. Este artigo busca esclarecer quando um desfecho adverso pode ser considerado erro médico e como uma assessoria jurídica especializada pode ser um aliado importante para profissionais e instituições de saúde.
O que é considerado erro médico?
Erro médico é uma falha na conduta do profissional de saúde, que pode ocorrer por imprudência, negligência ou imperícia. Ele é caracterizado pela adoção de procedimentos ou decisões que fogem dos padrões aceitos pela medicina, resultando em danos ao paciente que poderiam ser evitados. No entanto, não é raro que médicos e hospitais sejam acusados injustamente quando um tratamento não alcança o resultado esperado, mesmo quando todas as medidas cabíveis foram tomadas.
Recentemente, uma notícia amplamente divulgada pela mídia exemplificou essa questão: uma mulher faleceu após realizar cirurgias plásticas em Belo Horizonte, e a família da paciente acusou o médico de erro. Após investigação rigorosa, foi concluído que o profissional agiu de acordo com os protocolos médicos e que não houve falha na condução do procedimento. A conclusão do inquérito trouxe um importante alerta: nem toda complicação ou consequência inesperada pode ser considerada um erro médico.
Consequências inesperadas não são sempre erros
Complicações médicas podem ocorrer mesmo nos tratamentos mais simples e seguros. Reações adversas a medicamentos, infecções pós-cirúrgicas ou até mesmo respostas inesperadas do organismo são exemplos de situações que, embora indesejadas, não configuram erro médico.
A medicina é uma ciência complexa e, muitas vezes, o resultado de um tratamento depende de fatores que estão além do controle do médico, como as condições de saúde pré-existentes do paciente, sua resposta imunológica e fatores genéticos.
No caso mencionado, a investigação comprovou que o médico realizou as cirurgias conforme as melhores práticas da medicina e que os riscos envolvidos foram devidamente informados à paciente, o que é um dos pilares fundamentais para descaracterizar a ocorrência de erro médico. Essa distinção é crucial para proteger profissionais de saúde de acusações infundadas e resguardar a sua atuação.
Como se proteger de acusações indevidas
Para médicos, clínicas e hospitais, adotar práticas preventivas e contar com uma assessoria jurídica especializada pode ser determinante para evitar processos judiciais e preservar a reputação profissional. Algumas medidas essenciais incluem:
- Manter um registro rigoroso do histórico clínico do paciente, consentimentos informados e anotações de todos os procedimentos realizados é crucial para demonstrar a boa prática médica e comprovar que o paciente foi adequadamente informado sobre os riscos.
- Explicar de maneira acessível as possíveis complicações, por mais remotas que sejam, é fundamental para alinhar expectativas e proteger o profissional de futuras alegações de desconhecimento por parte do paciente.
- Médicos devem estar sempre atualizados com as melhores práticas e diretrizes da medicina. Isso reduz a probabilidade de erros e demonstra o compromisso do profissional com a excelência no atendimento.
- Contar com um advogado que entenda as especificidades da área médica é essencial. A Paleari Advocacia possui vasta experiência em auxiliar médicos e instituições de saúde na elaboração de defesas robustas em casos de alegações de erro médico, além de orientar na adoção de medidas preventivas para minimizar riscos.
Conclusão
Nem toda consequência adversa é um erro médico, e reconhecer essa diferença é crucial para resguardar os direitos dos profissionais de saúde. Os casos de complicações inesperadas, como o ocorrido em Belo Horizonte, demonstram que, mesmo quando o pior acontece, pode não haver qualquer falha por parte do médico.
Com uma assessoria jurídica ao seu lado, médicos, clínicas e hospitais podem atuar com mais segurança, sabendo que estão protegidos de acusações infundadas e que seus direitos serão defendidos.